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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Fortes, Fortalezas, Baterias do Séc. XVIII - Barlavento Algarve - Jozé Sande de Vasconcelos - 1790

 Nota: Deliberadamente continuo s escrever segundo as normas do  ACORDO DE 1945

BARLAVENTO























Fortaleza e ermida da Senhora da Rocha
Forte Senhora da Rocha  Porches  Armação de Pêra
A fortaleza de Sr.ª da Rocha (freguesia de Porches, concelho de Lagoa), distante 3 Kms de Armação de Pêra para ocidente, situada no centro de um pequeno e estreito promontório do barlavento algarvio é bastante antiga. Há quem afirme ser de origem bizantina, quando os exércitos de Império Romano do Oriente ocuparam o litoral do sul da Península Ibérica, incluindo o território hoje chamado Algarve entre os anos 551 e 624 d.C. A Prof.ª Teresa Júdice Gamito, sobre o sistema defensivo bizantino no Algarve, escreve o seguinte: « Outro ponto de interesse a assinalar neste esquema defensivo entre Ossonoba [Faro] e Lacobriga [Lagos] seria o forte de Sr.ª da Rocha, ponta avançada e dominando toda a costa entre uma e outra cidade, onde aparecem vestígios de uma fortaleza, tendo tido ao centro uma torre octogonal posteriormente aproveitada para a capela da Sr.ª da Rocha, de grande devoção entre os pescadores. De assinalar um pequeno átrio com três arcos redondos, assentes em colunelos rematados com três capitéis de decoração fitomórfica, confirmando a origem bizantina do templo, tal como encontramos por exemplo em S. Pedro Balsemão, constituindo a forma característica das capelas designadas por «visigóticas» e dando este átrio o acesso à capela propriamente dita.» concluindo «Parece-nos que, de facto, podemos detectar nas muralhas antigas da cidade de Faro e na capela da Sr.ª da Rocha a presença Bizantina no Algarve, não de um modo forte e imponente, pois o tempo disponível não foi muito, mas subtil, efectivo e funcional no reforço das suas defesas e dos pontos chave do território.» (GAMITO, 1996, p. 263).

A descrição mais antiga conhecida da fortaleza de Sr.ª da Rocha é redigido pela mão de Henrique Fernandes Sarrão na obra História do Reino do Algarve escrita por volta de 1600, onde observa: «[...] E mea légua de Porches o Velho, para a parte austral, está ua inexpugnável fortaleza, que tem dentro ua igreja, que se chama Nossa Senhora de Porches, ou da Rocha, em ua ponta de rocha muito alta, e pela banda do norte, que é da terra, na entrada, tem um muro, que a atravessa, e fica a ponta no mar, com a sua ponte levadiça, em que tem sua cava, e está bem artilhada, e dentro tem uma cisterna de boa água. Nesta fortaleza há capitão e condestable.» (SARRÃO, [imp.] 1983, p. 157). Actualmente a fortaleza de Sr.ª da Rocha já não existe, havendo apenas o fosso e restos de muralha. A ermida que estava no seu interior está totalmente conservada, bem como uma casa anexa que muito possivelmente servira de armazém ou de aquartelamento para a guarnição da fortaleza.



























Bateria do Zavial - Vila do Bispo  - Raposeira  Trata-se de uma simples bateria com três faces sobre o mar. Em plano recuado erguia-se o corpo de guarda, de planta quadrada.
Séc XVII

Em 1629, D. Luís de Sousa, futuro conde do Prado, tomou posse do cargo de Governador e Capitão General do Reino do Algarve. No ano seguinte, Rodrigo Rebelo Falcão, Provedor das Almadravas do Reino do Algarve, por carta de 15 de maio, solicitou a defesa dos "portos de Almádena e Azavial por estarem expostos e oferecidos a maior perigo". É possível que algum tipo de defesa houvesse sido improvisado à época, uma vez que, de acordo com o relato de D. Luís de Sousa ao Conselho da Fazenda, datado de 20 de Outubro de 1633, ao término de seu governo, se informou que existiam duas torres de vigia - a "Torre de Aspa" e a "Torre do Azavial" -, por ele reedificadas, pois que as encontrara "por terra" e "sem nenhum uso". Informa ainda que deu início à construção do Forte de Santo Ignácio do Zavial, ficando apenas a cisterna por construir.

No séc XVIII tendo sido priorizadas as obras de reconstrução da defesa de Lagos, em 1 de Agosto de 1763 o Marquês de Louriçal, Governador do Reino do Algarve, solicitou a D. Luís da Cunha a construção da Bateria do Zavial, para a defesa daquele ancoradouro. Nessa fase, um pouco mais tarde, por relatório de 18 de julho de 1765, o Sargento-Mor de Engenharia, Romão José do Rego, manifestou-se contra a reconstrução do arruinado Forte de Santo Inácio, recomendando a instalação de uma bateria no local. Uma bateria foi então erguida, encontrando-se, entretanto, parcialmente em ruínas já em 1788.

A Bateria do Zavial localiza-se sobre a ponta de mesmo nome, na freguesia da Raposeira, Concelho de Vila do Bispo, Distrito de Faro, em Portugal.

Sucedeu o Forte de Santo Ignácio do Zavial, seiscentista, na defesa da praia e porto do Zavial, onde existia uma ativa comunidade dedicada à pesca do atum.
séc XVII




A “Fortaleza de Sagres”, também referida como “Forte de Sagres” e “Castelo de Sagres”, localiza-se na ponta de Sagres, dominando a enseada de mesmo nome, na freguesia de Sagres, concelho de Vila do Bispo, distrito de Faro, em Portugal.

Encontra-se compreendida no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.



A “Fortaleza de São Vicente” localiza-se no cabo de São Vicente, freguesia de Sagres, concelho de Vila do Bispo, distrito de Faro, em Portugal.
A primitiva ocupação de seu sítio remonta a cerca de 1260, momento em Afonso III de Portugal (1248-1279) aqui terá fundado um hospital ou albergaria para atender os peregrinos que iam em romaria ao túmulo de São Vicente.

D. Dinis  de Portugal (1279-1325) transformou-o num convento, conhecido por Convento do Corvo.
Em 21 de Julho de 1520, o então bispo de Silves, D. Fernando Coutinho, doou-lhe outras propriedades com casas e cerca para o seu sustento, uma vez que nas imediações do convento não existiam terras que pudessem ser cultivadas. Nesta data o convento já possuía o farol que os capuchos mantinham aceso e uma muralha que o envolvia e defendia
A partir de 1606 os frades voltaram a ocupar o antigo convento e a fortificação foi reedificada.
Em 1846 o governo de Maria II de Portugal determinou aí instalar um farol.
A fortificação foi construída no local de uma primitiva albergaria, posteriormente transformada em convento da Ordem de São Jerónimo, destinada à defesa deste último, depois ocupado pelos religiosos da Ordem dos Frades Menores.

Apresenta planta poligonal, com um baluarte voltado para o lado de terra. A leste, na muralha, que inflecte para oeste, rasga-se a portada.
A torre do farol tem uma altura de 28 m, a luz encontra-se a 86 m acima do nível do mar e o seu alcance luminoso é de 32 milhas (c. 59 km), com uma característica luminosa de relâmpagos brancos simples com um período de 5 segundos.


O “Forte da Arrifana”, também referido como “Fortaleza da Arrifana” localiza-se na localidade de Arrifana, na freguesia e concelho de Aljezur, no distrito de Faro, em Portugal.
Séc XVII - 1635
Em 1792 o forte encontrava-se artilhado com duas bocas de fogo montadas e estava guarnecido por 1 cabo e 6 soldados, mas o seu estado de conservação era mau, sem porta e as abóbadas do corpo da guarda e do paiol estavam danificadas.
Localizada numa ponta de rocha a 70 metros acima do nível do mar, era constituída por duas partes ligadas por uma pequena língua de rocha – o “desfiladeiro”. Pelo lado de terra, transposta a porta de armas em arco de volta perfeita, erguiam-se a casa da guarda, os quartéis e o paiol. Ultrapassada a língua de terra, entrava-se na bateria, onde se dispunham duas bocas de fogo apontadas ao mar.

O portão de armas era encimado por uma pedra de armas, a qual se encontra actualmente numa parede do pátio interior do Museu de Lagos, instituição à qual foi oferecida pela Câmara Municipal de Aljezur em 30 de Novembro de 1931, conforme ofício de encaminhamento: “(…) a lápide que tivemos o prazer de oferecer ao Museu encimava a entrada principal da fortaleza d’Arrifana (…) e foi transportada para a vila a fim de evitar que os pastores a destruíssem por completo”. Do que é possível ainda ser lido, restou-nos:



 Nota: Deliberadamente continuo s escrever segundo as normas do  ACORDO DE 1945

SOTAVENTO





A "Praça-forte de Alcoutim" localiza-se na freguesia de União das Freguesias de Alcoutim e Pereiro, concelho de Alcoutim, no distrito de Faro, em Portugal.
Na margem direita da ribeira de São Marcos, na sua confluência com o rio Guadiana, é composta pelo "Castelo de Alcoutim”, também referido como “Castelo Novo", em posição dominante sobre uma colina ao sul da povoação, e pela "Fortaleza de Alcoutim". Na margem oposta do Guadiana ergue-se a Praça-forte de Sanlúcar de Guadiana, em território da Espanha.
No contexto da Reconquista Cristã da Península Ibérica a região foi conquistado pelas forças de Sancho II de Portugal (1223-1248) em 1240. Visando incrementar o povoamento e defesa desses domínios, o soberano atribuiu-lhe o título de vila, fazendo reedificar o castelo e erguer uma forte cerca, tendo esses trabalhos se prolongado pela segunda metade do século XIII.
Sob o reinado de Dinis I de Portugal (1279-1325), a povoação recebeu carta de foral (9 de Janeiro de 1304) tendo o seu domínio sido doado à Ordem de São Tiago. Data deste período a reforma do castelo e das muralhas, tendo chegado até nós apenas dois portões ogivais, que testemunham a sua origem gótica.
No final do século XVIII uma planta de autoria do Tenente-coronel engenheiro José Sande de Vasconcelos revela o avançado estado de ruína do castelo.



A “Praça-forte de Castro Marim” compreende uma série de estruturas defensivas localizadas na freguesia e concelho de Castro Marim, no distrito de Faro, em Portugal. 

• o Castelo de Castro Marim, também referido como “Castelo Velho

• a cerca da vila, também referida como “Muralha (ou Castelo) de Fora”;
• o Forte de São Sebastião;
• o Revelim de Santo António;
• a Bateria do Registo.

O mais antigo muro defensivo identificado no recinto do actual castelo remonta ao século VIII a.C.

À época da invasão romana da península Ibérica, o rio Guadiana serviu de fronteira entre as províncias da Bética e da Lusitânia. O local da povoação foi reocupado e a sua fortificação reconstruída, transformando-se em um importante centro político e económico regional. 
Daqui partiam as movimentadas estradas que ligavam Baesuris (Castro Marim) a Myrtilis Iulia (Mértola, a norte), a Ossonoba (Faro) e Balsa (Tavira), pela costa (a oeste) e Onoba Aestuaria (Huelva, a leste).
No reinado de D, Dinis e diante da extinção da Ordem dos Templários, por Bula do Papa João XXII (Bula “Ad ea ex quibus cultus augeatur”, de 14 de Março de 1319) Castro Marim foi doada à recém-criada Ordem Militar de Cristo que ali estabeleceu a sua primeira sede, 
Com a Guerra da Restauração (1640-1668) a posição de Castro Marim readquiriu importância estratégica e a sua defesa foi remodelada com a edificação de uma fortificação abaluartada. Estas obras só foram concluídas no reinado de Afonso VI de Portugal (1656-1667), complementadas pelo Forte de São Sebastião, pelo Revelim de Santo António e pela Bateria do Registo. 











A Fortaleza de Cacela, no Algarve, localiza-se na povoação de Cacela-Velha, freguesia de Vila Nova de Cacela, concelho de Vila Real de Santo António, no distrito de Faro, em Portugal.
O castelo primitivo data do séc. IX - X da época do califado Séc. XII
Em posição dominante sobranceira à foz da ria Formosa, encontra-se atualmente compreendido no património classificado de Cacela Velha, considerado como um dos mais importantes conjuntos arquitectónicos do Algarve.
A primitiva fortificação no local foi um castelo mouro anterior à Reconquista da Península Ibérica.

No século XVI, já em ruínas, foi  foi reconstruída por ordens de D. João III ou de D. Sebastião. É sabido que este último inspeccionou pessoalmente as obras em 1573.

A fortificação sofreu várias vicissitudes nos séculos seguintes: relatos de 1617 esclarecem que as suas muralhas se encontravam arruinadas do lado da arriba; em 1750 a fortaleza encontrava-se arruinada, tendo ficado quase destruída com o terramoto de 1755.

O forte apresenta planta trapezoidal com baluartes nos ângulos salientes, e guaritas. No seu terrapleno erguem-se as edificações de serviço e abre-se a cisterna.

A fortaleza teve uma história mais atribulada. Sucessivamente melhorada ao longo dos séculos, sofreu grandes danos no terremoto de 1755, vindo a ser reconstruída no final desse século XVIII, por intermédio de D. Nuno de Mendonça e Moura. De planta estrelada, com dois baluartes pontiagudos abertos sobre o mar, é um forte de reduzidas dimensões, determinado pelo diminuto espaço disponível. Foi a resposta tardia das autoridades militares algarvias face a uma situação de ruína e de perda de importância da praça de Cacela, verificada ao longo de toda a Idade Moderna.



Fortaleza de São João da Barra, Tavira - Conceição - Cabanas ~ mandada construir por  D. Pedro II - 1670-1672 (séc. XVII) Vendida  em 1905 a particulares.
O Forte da Conceição, ou de São João da Barra, foi mandado edificar em 1670 pelo Capitão Geral do Reino, o Conde de Vale de Reis, para reforçar a protecção da barra da Ria Formosa e o acesso ao porto de Tavira. A história da edificação da fortaleza está, aliás, documentada numa inscrição colocada sobre a porta de entrada, que indica ter sido também o conde quem mandou construir a ponte da cidade de Tavira. 
A planta forma uma estrela de quatro pontas, possuindo baluartes nos ângulos, aos quais se acedem por rampas. O portal principal de arco pleno, virado a terra e antecedido por fosso, possui espaldar, no qual foram colocados o brasão real, a inscrição comemorativa da construção, e uma outra inscrição, datada de 1793, que indica que nesta data a fortaleza foi reedificada por Nuno de Mendonça e Moura, Conde de Vale de Reis, trineto do primeiro edificador do forte da barra de Tavira. 
Com o açoreamento da ria e o desvio da barra para nascente, a fortaleza da Conceição perdeu as suas funções militares, tendo o seu espaço sido adaptado, recentemente, a Turismo da Natureza. O projecto de remodelação, da autoria do arquitecto Victor Mestre, aproveitou os edifícios remanescentes no interior da praça de armas, nomeadamente as cavalariças, os paióis, a casa do governador e a capela. 



O “Forte de Santo António de Tavira”, também referido como “Forte do Rato” ou “Forte da Ilha das Lebres”, localiza-se a leste do sítio das Quatro Águas, na foz do rio Gilão, na freguesia de Santa Maria, na cidade e concelho de Tavira, no distrito de Faro, em Portugal.
Foi erguido de raiz na segunda metade do século XVI, com a função de defesa da barra e do porto de Tavira, e colocado sob a invocação de Santo António. Encontrava-se em construção quando da visita de Sebastião I de Portugal (1568-1578) à povoação em 1573.
No contexto da Guerra da Restauração da Independência (1640-1668), em 1656, diante de uma nova alteração da barra, foi edificado o forte de São João de Cabanas, ficando o forte de Santo António reduzido a um simples registo, juntamente com uma pequena bateria na margem oposta do Gilão.
Em 1830 foi desactivado como paiol e definitivamente abandonado por ordem do então Governador das Armas da Província do Algarve, Brigadeiro Francisco de Paula Vieira da Silva de Tovar e Nápoles, 1º visconde de Molelos, que o considerou demasiado dispendioso de manter ou ligar por terra.
Exemplar de arquitetura militar, abaluartado, de enquadramento rural, a 3 metros acima do nível do mar.

Apresenta planta poligonal. No início do século XVII o engenheiro militar Alexandre Massai referiu a existência de cinco baluartes, acrescentando que os dois voltados a terra estavam incompletos.
No princípio do século XIX só existiam três baluartes voltados a sul, sendo a face norte constituída por um muro corrido e a entrada a meio.







O “Forte de São Lourenço da Barra de Faro", também referido como "Fortaleza de São Lourenço” localizava-se na freguesia de Quelfes, concelho e distrito de Faro, em Portugal.
Construído em 1657 - reinado de D. João IV -- 

Em 1821 já não haveria guarnição alguma

Actualmente constitui-se em um sítio arqueológico submerso, podendo avistar-se na maré vazia algumas pedras dos antigos muros e três antigos canhões de ferro.

Características

Situada na barra de Faro, a planta desta fortaleza, de autoria do engenheiro militar Pedro de Santa Colomba, apresentava a forma de um quadrado com baluartes nos vértices, e uma plataforma para peças de artilharia. Em chão de areia, as suas fundações assentavam em grossas estacas, conforme reportado em carta do conde de Val de Reis ao soberano, em 13 de Abril de 1654, onde se informava que até aquela data já se haviam haviam afundado na areia 2000 traves de pinho e nela se ia trabalhando com o calor e por todo o mês de Maio, deixando capaz de artilharia um dos quatro baluartes de que se compunha e se entendia que, em dois anos se poderia acabar toda a fortificação.

A planta do Sargento-mor Romão José do Rego, que tudo indica tenha acompanhado o Governador na sua digressão em 1754, mostra a fortificação com planta na forma de um quadrado, com 15 varas de lado (16,50 m), com a bateria voltada ao mar a leste, os quartéis a norte e, no lado oposto à porta, entre os quartéis e a bateria, uma ermida. Estava artilhada com 3 peças de bronze montadas na bateria, uma de calibre 3 em bom estado de conservação, outra de calibre 5 e mais outra de calibre 3 estas incapazes de serviço. No interior da fortificação existiam mais 3 peças de ferro de calibre 18 que haviam sido trazidas da Bateria da Armona, que se desmoronara pela acção do mar. Nas anotações feitas na planta, o Sargento-mor esclarece que a construção se encontrava em muito bom estado de conservação mas mal situada, uma vez que a barra de Faro, para a defesa da qual fora erguida, ficava a mais de meia légua de distância.

Anastácio Joaquim Roiz (Rodrigues), em 1798 deixou-nos uma minuciosa descrição do Forte de São Lourenço: um quadrilátero com 10 toesas no lado de maior comprimento. As suas frentes viradas a oeste e norte não tinham plataformas para a artilharia e eram mais elevadas que as outras duas. Os quartéis da tropa e a casa do governador estavam dispostos ao abrigo da parede norte. O conjunto contava com um armazém, e uma capela ao fundo, entre os quartéis e a bateria. Estas últimas dependências seriam cobertas de telha. Tinha uma guarita no ângulo nordeste e, no ponto mais alto, um paiol adossado aos quartéis. A entrada do forte fazia-se pelo lado sul. Os parapeitos da bateria eram à barbeta, erguidos em alvenaria, com 1 pé e meio de espessura (0,49cm). O resto das muralhas era de pedra e terra, com ¾ a 4 pés de espessura (1,20m). Para leste e para o lado do mar, a sul, existiam duas baterias em plano mais baixo, também à barbeta. São assinaladas ruínas a toda a volta da fortificação, em especial do lado sul.

Em 1821 o forte era um reduto de alvenaria em ruínas, cercado por um fosso e assente numa coroa de areia. Via-se a porta por onde se entrava no Forte, os alojamentos da guarnição caídos, e a ermida arruinada. Por uma escada de pedra de 2 palmos de largo (4,44m), subia-se à bateria, levantada por 2 braças sobre o nível do mar, com plataformas de lajedo, em melhor estado que tudo o resto, e tinha 24 passos de comprimento e 11 de largo (17,76m de comprimento e 6,06m de largura). O mar entrava na construção, correndo o risco de ruir se não fosse reparada.